quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A última coisa que lembro: Primeira parte

Olá caros imortais, como estão? (esta pergunta pode ou não ser retórica, depende de vocês hehe, mas de fato não é vazia).

Vocês não imaginam o quanto foi trabalhoso (ou talvez imaginem, provavelmente imaginem caros colegas de escrita e leitores, perdoem-me) arrancar este conto da Terra da Desexistência e trazer a luz do dia, ou da noite, entardecer, anoitecer, enfim depende do momento do dia em que você está lendo e o tornando vivo ! Mas creio que valeu a pena, vocês também o dirão se assim concordarem.

De fato aqui estou eu postando isso exatamente às cinco da manhã (são 04:54, sou tão maluco que vou ter que postar exatamente no horário arredondado, bem vamos lá tenho cinco minutos hehehe) após ter começado a concluir o conto hoje as 15:30 da tarde e levando em conta que já faz quase um mês com que sonhei a maior parte dos acontecimentos deste conto. Óbvio que escrevi outras coisas nesse meio tempo, mas sem querer ser enfadonho foi incrivelmente difícil segurar a lembrança do sonho por tanto tempo (faltam dois minutos para postar aí... )

Acabou ficando um tanto extenso, mais do que imaginava que seria, portanto, dividi em quatro partes que postarei diariamente nos dias seguintes. Bem, sem mais delongas...

Vamos ao conto! (lembrando que comentários, críticas e sugestões são sempre bem vindas, até a próxima)



A última coisa que lembro
Primeira parte



De repente estava lá.


Deitada em meio aquele estranho gramado, uma brisa suave trazia consigo um cheiro horrível ao qual não consegui distinguir. O som daquele lugar era selvagem, com zunidos de insetos por todos os lados.


Contemplava um céu extremamente azul, mas muitas nuvens escuras começavam a se acumular. Talvez chovesse logo. Por algum motivo encontrava-me ofegante como se algo me mantivesse alerta, suponho que instinto.


Sentei, mas a grama cobria-me, essa se erguia do chão como milhares de lanças pontiagudas apontadas para o céu, espessas como dois dedos da mão e tão alta que quando me coloquei em pé percebi que mesmo que tivesse alguém para por nos ombros e olhar por mim ainda assim esta pessoa estaria sufocada pela vegetação, sua coloração era incrível, tão verdes perto do solo e brancas como a neve na medida em que subiam.


Era necessário abrir caminho com os braços dobrando maços de grama a cada vez que dava um passo, logo surgiram pequenos cortes em meus despreparados braços desnudos. Toda a extremidade das folhas daquela grama era dentada como um serrote.


A agonia de não ver nada a minha frente pesava em meu peito, o tremendo esforço que fazia para abrir caminho na mata deixara minhas costas e testa ensopadas de suor e da ponta dos dedos da mão até os ombros de sangue.


As lágrimas escorriam pelo meu rosto e a sede era tanta que nenhuma escapava da minha boca, por mais que seu ácido gosto salgado me amargasse à língua. Bati em algo sólido, era difícil entender o que era, pois a vegetação escondia quase toda a sua superfície, imaginei que fosse uma gigantesca rocha, já tinha visto aquela pálida coloração branca, porém de um tom mais escuro do que a parte superior da grama, em algumas pedras de uma Ilha em que estive, além disso, era extremamente dura. Tentei circundar o obstáculo, mas após cinco passos ainda estava tateando aquela áspera parede.


Percebi alguns sulcos e desesperadamente calcei meus pés iniciando uma rápida escalada. Talvez finalmente respirasse um pouco melhor, talvez descobrisse onde estava. Deus! ao menos estaria livre daquela maldita cela feita com uma grama que acredito que só cresça no inferno.


Conforme subia pude olhar mais claramente para cima e percebi que aquilo era uma árvore. Uma colossal e assustadoramente ramificada árvore! Na verdade lembrava-me um sinistro esqueleto, pois ela não possuía folhas, nenhuma sequer. Depois que subi pelo tronco, no qual deixei vívidas marcas de sangue, atingi os galhos e praticamente corria em cima deles de tão grossos que eram, mantive-me levemente curvada e com os braços estendidos para manter o equilíbrio. Estava a uns dez metros acima do gramado e isso fazia meu coração bater tão forte que por um momento pensei que a vibração fosse me derrubar o que me deixaria com a garganta cortada na esfoliante queda até o solo. Logo estava engatinhando e finalmente parei aquela corrida frenética e tirei minha atenção do lugar onde colocava um pé após o outro reservando a vista a hipnotizante contemplação que se seguiria.


 To be continued (sempre quis escrever isso!).

Continue lendo a Segunda parte.

2 comentários:

  1. Ah não!!!!!!!!!! Como assim?????????
    Posta logo o restante kkkkkkkkkkk
    Estou curiosa

    http://brendalandim.blogspot.com/

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