sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

#PubliqueSeuConto









Seja muito bem vindo! Sinta-se em casa para fuçar nas estantes e abrir os livros, você está na Sociedade do Saber.  :)

Meus caros amigos, se vocês chegaram até aqui certamente são como eu, sempre rabiscando um conto, um poeminha, uma modesta crônica o início de um livro, porque não?


E com certeza absoluta todos queremos aprimorar nossas técnicas e para isso precisamos de críticas! Construtivas ou não, todas te ensinam alguma coisa, se não sobre você a lição será sobre os outros, pode acreditar.

Então vamos ao ponto... Este espaço também é seu! envie seu conto, poema, resenha, opinião sobre alguma questão literária, sei lá... rabisque algum papel e envie hahahaha

Fiquem a vontade para anexar em formato word no mail, se for do seu interesse coloque uma pequena biografia, algo sobre você ou sobre os seus escritos, e obviamente não se esqueça de enviar seu blog, página, pombo correio, seja o que for para o pessoal te encontrar ;)

Aviso de ante mão que nem tudo será postado, porque a ideia é que os post's se comuniquem, ou seja, tudo tem que ter a cara do blog, mas todos terão um feedback por e-mail, tanto se for postado ou não.


Segue o mail soc.do.saber@gmail.com

Aproveitem e sugestões serão sempre bem vindas. :D

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Evan Last Nightfall e a pequena Ellyllon

Olá pessoal, tudo bem? Como está o início do ano para vocês? E as novas leituras? Já passaram no Sociedade do Saber? Não? Então sinta-se à vontade, entre e pode mexer na estante não tem problema.
Eu até poderia mentir dizendo que escrever este conto foi difícil, mas na verdade foi como lembrar da sua festa de aniversário favorita, pois, parece que este conto sempre esteve na minha cabeça eu só tirei a poeira dele. Se vocês gostarem e obtiver algum alcance tenho a ideia de postar as partes anteriores do conto e consequentemente a continuação.
ok, sem mais delongas vamos a isto, lembrando que comentários, sugestões e críticas são sempre bem-vindas.
até a próxima.
Evan Last Nightfall e a pequena Ellyllon



- O que você está fazendo Evan?! Nós não podemos parar de correr...
- Eu não consigo... acho que a flecha, a flecha...


- Furou o seu pulmão, ótimo, quero dizer horrível, eu só estava sendo irônica, você me entendeu...

- Akira! Você precisa tirar a flecha e me curar ou vamos morrer aqui.

Akira já estava com Evan apoiado em seus ombros e tentava arrastá-lo o mais depressa possível se esgueirando entre uma viela e outra. Estavam na parte baixa da cidade de Lyse, perto das docas, enquanto os caçadores atiravam flechas cujas pontas metálicas Tilintavam nas frias paredes de pedra.

- Você não vai conseguir me carregar por mais tempo...

- Você se surpreenderia com o quanto forte eu posso ser!

- Me cure!

- Se pararmos...

- Qual é a sua magia de refúgio? Há como usá-la aqui?!

- Eu precisaria de... parou um breve momento para observar. – Estamos com sorte, vamos!

- Você precisa rever... seriamente... o seu conceito de sorte!

Enquanto corriam pelo beco, que estava tão escuro quanto a noite, pois as paredes dos armazéns que os cercavam eram altas e cobriam a luz do sol, vários caçadores desembocaram no corredor logo atrás deles e o zunido de flechas era constante, se uma acertasse Akira, seria o fim para ambos. HomEns e cachorros se aproximavam rapidamente.

- O que você está fazendo garota? Vai acabar nos matando...

- Prenda a respiração!

- O quê?

O corredor acabou e chegando na pequena praça a repentina luz cegou Evan. Akira correu desesperadamente em direção a fonte e o arremessou dentro dela, quando seu corpo bateu no fundo raso a flecha quebrou e entrou um pouco mais fundo, quando emergiu tudo o que pode ver com seus olhos levemente embaçados pela água foi AkIra em sua capa vermelha pulando em cima dele, no mesmo instante em que ela caiu sobre seu peito ambos afundaram, mas muito além do que a fonte permitiria.

Evan permaneceu com os olhos fixos no rosto da garota que o libertara do Castelo da família real de Lyse. Os cachos loiros do cabelo da garota dançavam lentamente com o movimento da água, tornando-a emoldurada como uma pequena deusa da floresta e tudo o que vinha a sua mente era as duas perguntas mais pertinentes ao momento: “Quem é essa garota? ” “E pelos diabos, ela sabe o que está fazendo?!”

Justo quando EvaN, o maior mago de seu tempo, pensava que morreria afogado em uma medíocre fonte, sentiu uma brisa gelada em suas costas e em vez de chegar ao fundo emergiu na superfície de um rio cercado por uma floresta. Havia no ar um doce aroma de flores silvestres.

Enquanto cuspia água e sangue Akira o puxava para a margem do rio.

- Você poderia ter me avisado que o seu refúgio era uma fonte...

- Água, na verdade. E você reclama demais para alguém que foi salvo da forca. Ser grato de vez em quando não doí sabia?

- Ah eu aprecio muito a sua inesperada ajuda, e a teria em alta... Evan já tinha os lábios roxos e a pele branca como o leite.

- .... Estima?

- Isso, se você.... Apenas faça, está bem?

Akira o virou de costas e retirando a fina faca que trazia consigo presa em sua coxa rasgou seu colete e abriu um buraco em sua camisa outrora branca, mas agora rubra pelo sangue. – Isso vai doer!

- Apenas por um momento... faça!

Com apenas um movimenTo ela arrancou o pedaço remanescente da flecha abrindo um buraco que caberia três dedos facilmente, de Akira quatro talvez. Evan mal pode gritar com tanto sangue esguichando em seu pulmão, mas antes que ela pudesse tocá-lo novamente ele virou-se e lhe segurou a mão olhando fixamente em seus olhos, por um segundo ele foi selvagem e ameaçador, o sangue em seu rosto completa a figura aterrorizante.

- Não faça a ligação! Apenas cure.

- Nem passou pela minha cabeça...

Com um toque os olhos azuis como água de Akira cintilaram como nunca e uma forte luz emanou de suas mãos que pressionavam o ferimento. A luz entrou no âmago de Evan, preencheu suas lacunas, ele pode sentir o calor do sol dentro dele e a luz saiu pelos seus olhos escuros e sombrios em uma explosão resplandecente.

Olhando para o céu azul ele descansou de um jeito que não fazia há anos e quase entrou em um sonho doce guiado por uma mulher que sorria para ele...

- Você tem algum plano para os mercenários, acho que não adianta ficarmos muito tEmpo aqui eles não vão desistir, vão nos esperar com uma dúzia de homens certamente.

- Você não sabe conectar seu refúgio com outros lugares se não o de entrada?

- Ainda não, nunca preciseI na verdade e sem mencionar que a magia do meu povo é muito diferente da sua, como você já deve saber. Alguma sugestão?

- Nenhuma que você seja capaz de aprender agora...

- Se eu não conhecesse sua reputação ficaria ofendida!

- E o que andam dizendo de mim pelos arredores?

- Ah o de sempre... Louco, assassino, feiticeiro das trevas, dominador de mentes, aquele que trará o último cair da noite, aquele que fala com demônios e claro “aquele que não dobra os joelhos”

- Hum, parece bom.

- Parece exageRado, eu só vejo alguém com aquela expressão “sou um lorde que perdeu a fortuna em apostas” e você não parece um lutador até tem a altura e o olhar, mas não pesa mais que 80 kg!

- Em primeiro lugar, eu acho que essa expressão não existe, em segundo, você traz uma balança no seu bolso?

Evan caminhava em direção ao rio em quanto dobrava as mangas da sua camisa até o cotovelo.

- E Afinal quem diabos é você?

-  já que estamos enumerando coisas em primeiro lugar a sua salvadora, acho que devemos sempre deixar isto em mente, é claro.

- É claro!

- E também eu viajei muito para te encontrar, eu tenho uma proposta para você... Akira o segurou pelo braço para que olhasse em seus olhos. – Sr. Evan LaSt Nightfall eu serei o seu Amuleto. A expressão no rosto de Akira era contagiante e totalmente aversiva a expressão de surpresa de Evan.

- Ora, ora! Isso é algo que nãO se vê todo dia! Os Ellyllon não são de se oferecer como fontes de poder mágico, isso para o seu povo não é algo como – hesitou por um momento – ser um escravo?

- Eu penso diferente e tenho os meus motivos, acredito que possamos nos ajudar mutualmente.

- Eu tenho coisas a fazer e você só me atrapalharia...

- Bem, você já viu minhas habilidades, sabe que sempre tenho um truque ou dois, e com certeza juntos podemos não só superar seus inimigos como podemos vencer o Torneio entre Mundos...

- Torneio entre Mundos? Akira, eu sou grato por tudo o que fez por mim, mas eu não preciso de um amuleto, na verdade já tenho o meu, bem... me roubaram na verdade, mas estou indo resolver isso! E não preciso de ajuda. Não falo para lhe magoar, é apenas a verdade. Sem mencionar que um amuleto com vida pode ser um problema, uma Ellyllon, pelas luzes da aurora! – Respirou fundo para dizer – Em resumo, não preciso de você.

- Seu grandíssimo arrogante! Com que audácia você nega a ajuda de Akira OgaWa, Filha da floresta, Nascida sob uma lua vermelha?! Há algumas horas você estava em uma cela imunda e escura à espera da morte, aliás, você se leMbra qual é uma das primeiras regras da magia?

- Qual a relevância disso...

Evan começou a sentir uma dor lancinante nas costas que aumentava na mesma medida em que Akira chegava mais perto do seu peito, até o ponto que sentiu novamente o sangue lhe correr pelas costas e ele já se encontrava arqueado no chão.

- Aquilo que você concede também pode ser tirado.

Os olhos de Akira não piscavam nenhum instante e brilhavam vermelhos como os dois rubis mais raros da face da terra.

- Se você acha que isso vaI me convencer, você está tão enganada!

Em um salto ela afastou-se o máximo que pode – Me desculpe, as vezes eu não consigo controlar toda essa raiva... eu só...

- Ainda não aprendeu a manter sua forma humaNa por muito tempo, não é? E ainda pensa em me ajudar, provavelmente você acabaria me matando antes que os Peterson, ou os magos do Condado Shine...

- Eu nunca faria isso, quero dizer, eu não quero machucar ninguém que não mereça!

- E quem merece?

- Mance Peterson! Ao pronunciar o nome seus olhos tornaram-se vermelhos outra vez, mas apenas por um momento.

- Um inimigo em comum...

Evan a observava com atenção talvez pela primeira vez, seus dedos estavam entrelaçados seus braços a frente do corpo, ela ainda estava encharcada é claro, usava uma capa vermelha escarlate presa por quatro botões, não no centro, mas no lado superior direito do peito, os botões eram dourados e cintilavam a luz do sol. Usava fivelas de aço e cintas de couro fervido nos braços e nas pernas, para proteGer-se de facas, provavelmente. Seu rosto era um tanto rosado, com o queixo fino, olhos azuis e decididos, cabelos loiros e agora molhados tinham a cor do ouro visto no escuro, Evan se perguntava porque ela teria um nome dos povos orientais, o povo dela tinha nomes geralmente como Lunnara ou Aluzir... ela aparentava ter a idade de uma criança, não mais que treze ou quatorze anos, mas ele sabia que ela era mais velha, muito mais velha.

- Olha faremos um trato, Akira.  Por algum motivo você resolveu me ajudar e agora estamos nisso juntos pelo menos até nos livrarmos dos mercenários e fugirmos em um barco para longe daqui. Além disso, há algo em você que me deixa curioso, e a minha curiosidade sempre se torna uma fome implacável. Quando estivermos despreocupados você me contará essa história do começo, está bem?

- Eu acho que é um começo e tanto! ... você já está forte o bastante para se defender?

- Pronto para enfrentar um exército eu diria, mas prefiro evitar por hora, vamos! Se esconda em mim, será mais fácil se não tiver que protegê-la toda hora, - Mas eu... – Nem se de o trabalho de inventar uma desculpa, já sei que você não pode usar sua magia de ataque logo após ter curado alguém...

- Como você...

- Qual o problema você já me carregou por meia cidade, nada mais justo do que eu carregá-la o restante do caminho, não acha?

- Eu nunca usei esse feitiço antes... se algo acontecer com você, acontece comigo também.

- Eu pensei que houvesse alguma coragem em você, mas...

Akira segurou Evan pelo punho e na medida que seu corpo desaparecia, uma tatuagem em várias formas de treliças, tribais, animais e flores em diferentes tons azuis, escuros e dourados avançavam pela pele do braço de Evan subindo até ficar visível em seu pescoço.

- Abra a porta do refúgio Akira.

- Não se esqueça de prender a respiração desta vez...

- Auch! Fale mais baixo, afinal, você já está dentro da minha cabeça!

- Desculpe, primeira vez lembra?

O rio em frente emanou uma forte luz, a porta estava aberta e Evan mergulhou em um salto. A água estava gelada e ele pode sentir a mesma sensação de frio que Akira sentia, ele nadava em direção ao fundo do rio, mas sabia que neste caso para baixo era para cima.

Na superfície da fonte a noite já caia apesar de terem entrado nela há apenas alguns minutos, o tempo dentro do refúgio é muito mais rápido. Havia dois homens nos telhados com balestras em punho e outros três escondidos nas entradas dos dois corredores que acabavam na fonte. Estes estavam com espadas, seu líder segurava entre os dedos um colar com o símbolo da “chama dos sacerdotes” o apertava tão forte que sua mão suava sobre o ferro escuro. O homem corpulento, de barba ruiva desgrenhada e manchada pelo vinho e tabaco, media quase dois metros e olhava fixamente para a fonte, sabia que não demoraria muito.

A água na fonte explodiu por todos os lados e quando tocou o chão de pedra junto com ela estava de pé Evan Last Nightfall. Esferas de ferro presas a correntes voaram em sua direção enrolando-se por todo seu corpo, as duas esferas possuíam runas Ellyllonianas e as correntes estavam tão apertadas que não poderia se mexer, seu cabelo curto e negro estava despenteado e apontava entre os olhos, sua expressão era voraz e assustadoramente calma.

- Senhores! Antes que fechas voem e espadas corram em minha direção devo dizer que não tenho prazer em tirar a vida de nenhum miserável como vocês. Não será uma luta digna, será um massacre sem absolutamente nenhuma, e escutem bem, nenhuma! Chance de sucesso para vocês, portanto, sugiro que tirem a esperança de obterem a medíocre recompensa pela minha cabeça e tomem o caminho de volta para... seja qual for o buraco imundo do qual saíram!

- Diz o homem acorrentado! – As risadas soaram alto na fria noite – Por favor, não nos tome por meros tolos, sabemos que você não pode fazer nada preso nessas correntes! Porque você não nos diz aonde está a...

- Akira, faça o favor de se entender com a sua língua materna e me tire dessas correntes, sim?
A tatuagem emitiu uma forte luz branca e as correntes caíram no chão.

Por um instante, menor que uma respiração, os homens hesitaram.

- Matem esse bastardo!

Os cachorros o alcançaram primeiro, Evan mostrou-lhes os dentes e eles fugiram. O homem de barba vermelha avançou na esperança de um golpe mortal de espada, Evan esquivou-se e o derrubou sobre a fonte, o homem bateu a cabeça nas pedras e as manchou de sangue, não se levantou mais. Uma faca voou em sua direção, mas ao aproximar-se do seu rosto perdeu velocidade e agarrando-a, o mago desapareceu e ressurgiu atrás do segundo homem cortando sua garganta, com um giro desvencilhou-se do corpo e arremessou a faca acertando a cabeça do último homem em solo e desapareceu na escuridão...

 Até reaparecer no alto do telhado ao lado do mercenário de balestra.

- Agora eu sou rápido demais para suas flechas, não sou?

Com um toque no homem de expressão incrédula o mercenário reapareceu com um clarão no céu umas duas quadras dali em queda livre. O Segundo arqueiro ao ser tocado despencou do armazém e no mesmo momento em que se espatifou no chão Evan estava ao seu lado.

- Nunca me escutam! Bem Akira temos um barco para pegar e você... acredito ter uma história para me contar.

sábado, 24 de janeiro de 2015

A última coisa que me lembro: Quarta Parte






   Não havia tempo e nem conseguiria abrir caminho com os braços, avançaria muito devagar, pois o esforço era grande e com o corte seria praticamente impossível, por isso corria colocando o ombro na frente e virando o rosto para trás assim usava todo o peso do meu corpo contra a grama, com certeza meu ombro ficou em retalhos e a orelha esquerda também a dor me fazia urrar e me enfraquecia, mas se parasse de correr e a besta me alcançasse...

   Via-o avançar em minha direção em uma velocidade que sabia que correr era inútil porque logo cansaria, acho que ele não estava nem ao menos correndo na verdade, aquilo que parecia um avançar rápido para mim para ele era cauteloso. O chão some e novamente estou em queda, sabia que estava correndo na direção do lago, talvez em baixo da água estivesse segura, porém não imaginei que tinha corrido tanto, estava em queda lateral como se tivesse derrubado uma porta, senti cheiro de enxofre e um calor escaldante quando uma corda enrolou-se no meu pé e me ergueu para cima, deixando-me de ponta cabeça sobre o suposto lago.

   Percebo que a “corda” é a língua do meu perseguidor. Extremamente longa, roxa e forte. Ele para na base do barranco onde a grama acaba, sua cabeça e patas dianteiras estão à vista, olho para baixo e vejo uma carcaça de um parente do chifrudo em decomposição em meio o que outrora era água, mas agora vejo que é uma lama escura, pegajosa e fervente . Acho que ele me salvou! Ou salvou-me para devorar-me, não houve tempo para descobrir. A chuva batia forte em mim agora que estava totalmente desprotegida e pendurada ao ar livre. Senti a estrondosa rajada de vento característica da chegada do dragão que por sua vez balançou-me tão forte que pensei que fosse cair e morrer com a cabeça atolada em um lago infernal. Mas meu antigo perseguidor manteve-me firme e escondeu-se na vegetação dando um passo para trás, porém, surpreendendo-me deixou-me exatamente exposta no mesmíssimo lugar, creio que estivesse tão apavorado quanto eu e portanto faria o menor número de movimentos que fosse possível para não atrair a atenção. O dragão estava do outro lado do poço, era tão grande que fez do enorme poço uma pequena poça de água e se esticasse o seu longo pescoço escamado poderia engolir a mim e o chifrudo facilmente, porém era perceptível em comparação aos outros dragões que este era menor. Via-o pouco em meio aquele breu da tempestade, em sua coloração o preto era predominante, mas percebi alguns tons de coloração vermelha em suas escamas na parte interior do seu pescoço. Se não estivesse a instantes de me devorar diria que era deslumbrante, porém ele estava! Então digo terrivelmente monstruoso e com sangue em seus dentes, provavelmente já havia comido um irmão do chifrudo, mas não estava satisfeito.

   Sentia-me cozinhando sobre aquele vapor diabólico só a chuva aliviava a sensação de estar em chamas. O dragão serpenteia a cabeça em busca de algo, acho que era pequena demais para ser vista. Percebo que o quadrupede mudou a sua coloração conforme a da grama como um camaleão. Metade branco metade verde. Porque eles não fizeram o mesmo antes eu não sei, talvez estivessem mesmo despreocupados.

   Olho para o dragão sentindo-me tonta pela vertigem e penso que nada mais importa, logo estaria em seu estômago, só teria passado primeiro pelos seus colossais dentes, mas já estaria morta. Provavelmente é claro. Começo a me sacudir na intenção que o outro monstro chifrudo me puxe para dentro da vegetação, obviamente ele não entende, talvez também estivesse paralisado de medo. Curvo-me para cima e agarro a sua língua se puxasse mais forte com certeza me puxaria de volta, só esperava que me soltasse ao chegar a sua boca. Preferi apostar nele à no dragão. Porém, quando minha ensanguentada mão tocou sua língua ele soltou-me.

   Na queda consegui agarrar algumas pedras da beirada do barranco e de ponta cabeça meu corpo fez um pêndulo ate bater com a minha caixa torácica na terra. O chifrudo ralava sua língua nos dentes e balançava sua cabeça em sinal de repulsa. Seu disfarce estava acabado e o dragão avançou sobre ele. O impacto do dragão jogou-o longe da beirada do poço amassando muita grama.

   Pendurada ali sangrando, cansada e encharcada chorei ouvindo o som do meu protetor sendo devorado, mas vi a única oportunidade de sair dali, pois o dragão estava ocupado e de costas para mim. Arrastei-me para cima e senti uma fisgada no braço direito que estava estraçalhado, isso me fez soltar a base da grama amassada e em um movimento rápido troquei de braço e puxei-me totalmente para cima.

  Em pé e vendo o horrendo espetáculo da morte do chifrudo, rasguei um pedaço da minha blusa, deixando minha barriga desprotegida. Fiz uma atadura em meu braço tentando conter o sangramento do corte mais profundo. Voltei a correr desesperadamente pela savana. Cortando-me outra vez, com a pele inchada pela chuva torrencial atravessando sob relâmpagos aquele mundo ao qual claramente não pertencia. Estava tão, mas tão escuro!

   Finalmente a gigantesca grama teve fim e cheguei a um planalto de morros verdes e vegetação realmente rasteira, tão rasteira e macia que parecia um tapete. Continuei correndo subindo um pequeno morro e descendo outro. Uma rajada de vento vez com que eu rolasse pelo chão rastejando até o sopé de um pequeno morro. Um dragão estava sobrevoando acima de mim, ele tinha me visto!

   Logo juntaram-se todos os seus irmãos ao seu intimidador voo e o que via no céu era um emaranhado de gigantescas serpentes voadoras. Negras como a noite, mescladas com a noite. Meu pavor era tanto que se avistasse uma pedra no solo a pegaria e arremeteria contra a própria cabeça na esperança de deixar aquele lugar, ao menos em espirito. Subi um morro muito íngreme, tão íngreme que não podia ver o que estava além dele.

   No topo dele pisei em falso e a queda foi iminente. Desta vez meu corpo girava e girava no ar perdido na vastidão de um imenso vale. Sentia que estava pesando uma tonelada e que a qualquer momento sentiria a última dor desfazendo-me em uma rocha, mas a queda prolongava-se e prolongava-se. Em meio a um relâmpago visualizei um rio aguardando-me no final da minha queda e subitamente senti uma vã esperança de que se caísse em água, talvez quebrasse alguns ossos, porém sobrevivesse. Ignorei totalmente o pensamento lógico de que atingir a água (considerando que fosse água, já que não me saí muito bem em minha última suposição em relação a isso) na velocidade que atingiria seria exatamente o mesmo que cair sobre uma rocha, mesmo assim pensei que...

   Garras cravaram-se em meus pulmões entre as minhas costelas impedindo abruptamente a minha queda e na brusca parada senti esguichar sangue por dentro, a dor foi absurda. Não pude gritar, minha boca encheu-se de sangue e logo estava sufocando e cuspindo. Em quanto experimentava curtos desmaios via que este ser alado era diferente dos dragões, três vezes o meu tamanho e com uma cor de areia-de-praia, quando saia de um apagão e observava aquele inóspito mundo lá em baixo, somente um pensamento ocorria em minha mente.

- Deus! Aonde acordarei da próxima vez?





A última coisa que me lembro: Terceira parte



  Que asas majestosas e assustadoras! Cobriam duas presas com facilidade, o movimento de asas que aparou a descida do segundo dragão fez a grama curvar-se e revelar a despreparada vítima por completo, um único golpe fulminante e tudo que se ouvia era o som de dor e morte, sangue jorrava para cima manchando a superfície alva da vegetação e em instantes mais e mais dragões descomunalmente grandes chegavam e colocavam em fuga centenas de monstros menores. Os ataques eram precisos, justamente nas partes sem a armadura negra, acho que a tempestade os ensurdeceu a ponto de não ouvirem o bater de asas das feras aladas. Em formidáveis mergulhos, os dragões caíam do céu deixando um rastro de nuvens para trás e com as asas fechadas só as abriam outra vez perto do solo, deixando de prontidão suas longas e escuras garras que se enterravam na pele marrom-âmbar dos seres quadrupedes de chifres.

  Meu pavor já não pode ser descrito, meus dedos estão cravados na árvore e rezo a deus para que sejam tão grandes que não enxerguem um microrganismo como eu. Mas a minha fantasmagórica fortaleza logo se mostra ameaçada, um dos chifrudos está correndo em direção à árvore deixando para trás o massacre. Percebo a sua magnitude a cada galopada e temo o poder do seu chifre, pois correndo com a cabeça tão abaixada sob a vegetação como ele estava, facilmente poderia colidir com o meu disfarçado esconderijo, tal impacto com certeza me arremessaria ao solo, pois não havia onde me agarrar, além das pequenas cavidades no encharcado e escorregadio tronco.

- Desvie! Desvie!... Desv...

   A rajada de vento bateu contra meu peito e arremessou-me no gramado, antes de cair sobre a grama pude ver as asas do dragão contorcendo-se ao devorar sua presa. Não estou morta. Ainda. A queda foi dolorosa, porém com menos impacto do que pensei que seria, talvez a incessante chuva tivesse feito com que deslizasse melhor, entretanto os cortes só aumentaram em meus braços e alguns no rosto também, mas todos superficiais com exceção daquele rasgado em meu antebraço direito é claro. A folha de grama tinha entrado em minha pele assim que ela passou da coloração branca para verde e permaneceu ali ate eu atingir o solo, provavelmente dois metros em que a folha cortou-me até parar no osso. O pior foi tirá-la dali. Em quanto fazia isso cautelosamente ouvi o som de um animal farejando alguma coisa, no caso, eu.

   Acima de mim, no topo da relva a enorme cabeça escura e afunilada de um ser chifrudo permanecia observando-me atentamente. Eu ainda estava com o braço preso na folha, mas não tirei os olhos da criatura. Encaramo-nos por uma eternidade pelo que me pareceu. Fitei seus olhos de um tom castanho muito claro, tão claro que praticamente era dourado. Estava tremendo, molhada e paralisada de medo, o pavor circulava em mim mais rápido que o sangue, ate porque o mesmo pulsava para fora.

  Pensei que a qualquer instante ele fosse me devorar afinal não vi se o que eles estavam comendo era a própria grama ou um animal menor. Sua boca abre-se em forma de cruz com dentes por todos os lados e faz um som como aquele típico que fazemos para chamar um cachorro. Meus olhos se arregalam de pavor, minhas pupilas de medo e pude ver aquela cabeça engolindo a minha, mas antes disso arranquei o braço da grama e corri como se o demônio estivesse perseguindo-me.

domingo, 26 de outubro de 2014

A última coisa que lembro: Segunda parte

Olá, caros imortais, como estão?
Peço desculpas pela demora desta postagem, mas realmente minhas demandas de tempo estão cada vez mais curtas. Faculdade e trabalho dominam meus dias, infelizmente.
Graças aos bons deuses pela madrugada e o seu bendito silêncio!

Sem mais delongas... Vamos a segunda parte do conto: A última coisa que lembro.
Ah... Não se esqueça que críticas, comentários e sugestões serão sempre bem vindas.


A última coisa que lembro: Segunda parte



Minha visão corria longe naquela imensa planície. O vento soprava forte em meu rosto gelando minha suave e machucada pele que se encontrava encharcada de suor, senti minha alma tremer perante a vastidão daquele desconhecido lugar.

A vegetação parecia um lago congelado, porém ao balançar perante as fortes rajadas de vento assemelhava-se a um enfurecido oceano tempestuoso. Recuei ate a base do tronco, pois colocar as costas escoradas e fincar os pés no galho era tudo que podia fazer para resistir aquele poderoso vento semelhante a um tornado, quando os relâmpagos começaram, e as rajadas sopraram devastadoramente mais fortes, temi a chegada da chuva. Imaginava a água caindo do céu como gigantescas pedras, pois a chuva deveria ser em proporção ao gigantesco lugar, pensei, a primeira gota que me atingir a cabeça certificaria a minha eterna permanência naquele lugar.

Em quanto estendia os braços e espalmava as mãos no fantasmagórico tronco para manter-me firme na árvore, avistei a alguma distância um lago tão escuro quanto à noite vista por uma janela na madrugada. Mais próximo à árvore havia um punhado de pitorescos animais, tentei medir seu gigantesco tamanho mas perdi o raciocínio, se eram mais altos que a grama, que por sua vez deveria possuir uns... Três metros e mais compridos que a árvore de seis só pude empregar o adjetivo de “tamanho colossal” a sua descrição. Lembravam-me de rinocerontes, com sua pele pregueada e sua forte musculatura nos ombros das patas dianteiras, mas estreitando os meus olhos vi sua enorme diferença, pois em toda a sua cabeça, peito e dorso ate a metade do corpo era composto por uma camada muito grossa e mais elevada que o restante, parecia uma armadura de combate destacada do todo marrom-âmbar, pela sua cor negra. Fora a sua armadura e elmo seu corpo era liso como o de um cavalo, eu pensei. Já a sua longa cabeça afunilasse até chegar à boca, como um tamanduá, eu acho e no meio do seu comprimento impõe-se um grande chifre que provavelmente era do meu tamanho, mas as minhas noções de escala já estavam perturbadas naquele lugar. Vejo que estão comendo algo ou ao menos suponho já que passam a maior parte do tempo com a cabeça abaixada na grama e somente vez que outra a erguem sobressaltados como se estivessem ouvido alguma coisa. A imagem daqueles monstros de cor marrom-âmbar e peito negro andando entre a relva branca como a neve certamente era algo de que não me esqueceria, se houvesse tempo de existência para relembrar, alertei-me.

De longe me parecem pacíficos, mas olhando para baixo recordo da altura da grama e penso em como eles são gigantes, praticamente dinossauros para mim. Poderiam esmagar-me sem notar minha insignificante presença.



A fria chuva começou. Ela agredia minha pele, pois era empurrada com força pelo vento, e deixava-me tão pálida quanto uma vela e o frio fazia-me bater o queixo, mas as gotas não eram um oceano despejado por cima de mim como tinha imaginado, o que não diminuía em nada a ferocidade da tempestade. O céu escurece e o dia torna-se anoitecer. Já não consigo manter-me tão firme na árvore, tronco e galhos ficam escorregadios e sorrateiros, sinto que posso cair a qualquer momento. Por mais que o medo e o instinto de sobrevivência gritassem na minha cabeça e estremecessem o meu corpo, logo me vi embriagada por uma euforia nunca comtemplada em mim antes. Estava no topo do mundo com os meus cabelos loiros e curtos dançando em meu rosto, assistindo o espetáculo mais sinistro e gigantesco da Terra, se é que estava na Terra. Os pitorescos animais quadrupedes que havia deslumbrado não pareciam se importar com o açoite da chuva naquela planície e não moviam um musculo além daqueles que já moviam. A adrenalina me dominou e o habitat selvagem também, os relâmpagos quase me cegavam, gargalhadas e nervosismo se manifestavam, acho que ria da desgraça e insignificância que representava em meio ao desconhecido e assim que um trovão explodiu nas nuvens, esvaziei os pulmões em um grito de susto e desesperadamente ri de mim mesmo. Já o estrondo seguinte fez com que meu pescoço virasse em sua direção tão rápido que estralou os ossos, o som de montanhas chocando-se vinha do impacto do ataque de um gigantesco ser alado contra os quadrupedes de armadura.


To be continue...

Veja a:

Livros ou Travessuras #tag2



Livros ou Travessuras?

Boa noite, caros imortais, abro alas para o projeto Blogagem Literária Coletiva. Iniciativa dos blogs Os Literatos, Diário de uma Livromaníaca e Chá &Livros. Consiste basicamente em unir os blogs para falar sobre um mesmo tema, o que não foge da ideia da Sociedade do Saber, em unir contos e crônicas em um mesmo lugar. Vamos aos livros:

1°. Livro Drácula: Os vampiros são caracterizados por sugar o sangue alheio, cite aquele livro que sugou todas as suas forças, deixando você sem ar.



The Amber Spyglass (A luneta âmbar). Ultimo livro da trilogia His Dark Materials (Fronteiras do universo). Simplesmente o livro me deixou dentro dos mundos paralelos e faz com que você acompanhe as façanhas de Lyra como se o destino da sua vida dependesse disso. Sem mencionar a filosofia e influências de poetas e escritores perpetuados pelos seus ideais, que são usados como fonte de inspiração durante toda a narrativa.

2°. Livro Fantasma: É de consenso geral que os fantasmas existem nas histórias de terror para assustar e assombrar a todos. Comente sobre aquele livro que te assombrou durante muito tempo.


Um Sussurro nas Trevas. Minhas humildes saudações a Howard Phillips Lovecraft. Sua obra continua a me assombrar e aterrorizar. Seu suspense hipnotizante e o método perspicaz de mexer com a sua cabeça é de arrepiar.

3°. Livro Lobisomem: Tal qual a licantropia que passa de mordida por mordida, cite um livro que você gostou tanto que indicou a várias pessoas.



O garoto no convés. John Boyne sabe como criar um personagem cativante, isto é fato. E assim como John Jacob Turnstile navegou por águas tão distintas e chegou a lugares tão remotos e deslumbrantes, assim o faço com seu livro. Eu o jogo ao mar constantemente.

4°. Livro Bruxa: Bruxas são famosas por jogarem feitiços e maldições nas pessoas. Portanto, conte-nos qual livro que te enfeitiçou, pode ser tanto de forma positiva quanto negativa.



A menina Submersa. Conheci Caitlín R. Kiernan com este insano e memorável livro. Com certeza estive e talvez esteja enfeitiçado. Enfeitiçado pelo feitiço da loucura! Este livro faz você questionar sua realidade e a dos outros, nas palavras de Imp ou India Morgan Phelps este conto é uma sereia.

5°. Livro Frankenstein: Infelizmente, o Frankenstein é aquele personagem o qual as pessoas julgam pela sua aparência aterrorizadora. Em sua homenagem, comente aquele livro que a princípio você julgou mal pela capa, mas ao ler você acabou gostando da história.



Não julgo livros pela capa, mas após ler algumas críticas de O vampiro que descobriu o Brasil, tive uma má impressão sobre ele, porém, fui além e ao ler sua narrativa descobri um ótimo meio de estudar a história do país hehe. Ivan Jaf também teve uma grande sacada.

6°. Livro Zombie: O Zombie é aquele personagem clássico que não dorme. Qual foi o livro que te fez ficar acordada a noite toda sem conseguir parar de ler?



A tormenta de espadas. Com toda certeza que há em mim, digo que George Raymond Richard Martin é o principal motivo da minha constante insônia. Este livro dispensa comentários. É o que é, e você precisa ler! Aliás, todos.

7°. Livro Gato Preto: Essa é aquela lenda que você não sabe se acredita ou não e acaba ficando confuso. Sendo assim, fale daquele livro que te deixou confuso, sem saber muito bem como reagir a ele.



Inferno de Dan Brown, após sua leitura você fica em cima do muro entre gritar que o mundo está acabando, e o conformismo e ate pensa em extremismo da parte do autor. Creio que pendi para a primeira opção.

8°. Livro Fogueira: A fogueira foi à causa das mortes injustas de muitas “bruxas”, assim como um símbolo presente em várias narrativas de horror. Conte sobre aquele livro que acendeu uma chama interior e te deixou pegando fogo de tanta raiva.



A moreninha. Não é revoltante, mas é tão chato que fiquei extremamente irritado por lê-lo. hehe

9°. Livro Cavaleiro Sem Cabeça: Diz à lenda que o Cavaleiro que assombrava Sleepy Hollow perdeu a cabeça durante a Guerra da Independência dos EUA. Porém aqui o que faz perder qualquer parte do corpo são os livros, por isso, conte-nos sobre aquele livro que te fez perder a cabeça, ou seja, a compostura.



A guerra dos Tronos. O lado perverso e lascivo de George Martin me assusta e fascina ao mesmo tempo. E o choque foi total quando li o primeiro livro da saga As Crônicas de gelo e fogo.

10°. Livro Cemitério: O cemitério é um cenário clássico do Halloween e das narrativas de terror, ele é considerado um lugar terrivelmente calmo e silencioso, reservado para o sepultamento dos mortos. Para caracterizar o cemitério, cite aquele livro que você enterrou na sua estante, não terminou de ler ou nem mesmo começou, seja por ter esquecido ou por ter desanimado com a história.



Jardim de inverno de Kristin Hannah. O livro tem um prólogo comovente e parece ser realmente bom e o inverno me fascina, mas não tive aquele algo mais sabe? Creio que como dei de presente a minha mãe e ela não se interessou muito, isso fez ele voltar deprimido para minha estante (ou pilha insana de livros, como costumo chamar). Mas ainda pretendo lê-lo.


Agradeço o espaço aos blogs idealizadores do projeto e a todos os blogs participantes pela acolhida. Espero que tenham gostado e não esqueçam de escarafunchar os contos, eles podem te surpreender!

domingo, 12 de outubro de 2014

Faça boa arte!


Vivemos tempos de artigos de consumo, ou de literatura criativa? Os livros são comprados, lidos superficialmente e largados em alguma estante para serem esquecidos em meio à poeira? As boas obras estão por aí e basta você se dar o trabalho de garimpar? Você vê o copo meio vazio ou meio cheio?

Creio que esta questão vá além da perspectiva, infelizmente.  Claro que livros que provocam reflexão, instigam e alimentam a imaginação existam aos milhares (agradeço as mentes inquietas que nos proporcionam oceanos profundos para o passeio de nossas almas), mas o que vemos sendo consumido em massa, em âmbito geral (com muitas exceções, graças às mentes...) é uma literatura pobre, vazia e incentivada por uma mídia tendenciosa. Se a moda é vampiros, as represas são implodidas e lá vem à enxurrada de seres que se alimentam de sangue e... Brilham a luz do dia?! A moda são anjos, reprodução em massa, opa! Mudou para fantasias sexuais, gritam em coro editoras e oportunistas: Reprodução! Reprodução!

Portanto, seguiremos os princípios que o renomado Neil Gaiman aconselha a turma de formandos em artes da Filadélfia, EUA (2012), são dicas para quem está começando na arte da escrita (ou da criação, enfim) e também para aqueles que já criam há algum tempo. Para mim, foi extremamente motivador, sabe aquela palavra certa para o momento certo? Exatamente.

Para quem não viu, fica a dica e para quem já viu é bom para refrescar a memória... Justamente por isso que reservarei um lugarzinho permanente para este vídeo aqui no blog. Ate a próxima.


Aproveitem.