domingo, 26 de outubro de 2014

A última coisa que lembro: Segunda parte

Olá, caros imortais, como estão?
Peço desculpas pela demora desta postagem, mas realmente minhas demandas de tempo estão cada vez mais curtas. Faculdade e trabalho dominam meus dias, infelizmente.
Graças aos bons deuses pela madrugada e o seu bendito silêncio!

Sem mais delongas... Vamos a segunda parte do conto: A última coisa que lembro.
Ah... Não se esqueça que críticas, comentários e sugestões serão sempre bem vindas.


A última coisa que lembro: Segunda parte



Minha visão corria longe naquela imensa planície. O vento soprava forte em meu rosto gelando minha suave e machucada pele que se encontrava encharcada de suor, senti minha alma tremer perante a vastidão daquele desconhecido lugar.

A vegetação parecia um lago congelado, porém ao balançar perante as fortes rajadas de vento assemelhava-se a um enfurecido oceano tempestuoso. Recuei ate a base do tronco, pois colocar as costas escoradas e fincar os pés no galho era tudo que podia fazer para resistir aquele poderoso vento semelhante a um tornado, quando os relâmpagos começaram, e as rajadas sopraram devastadoramente mais fortes, temi a chegada da chuva. Imaginava a água caindo do céu como gigantescas pedras, pois a chuva deveria ser em proporção ao gigantesco lugar, pensei, a primeira gota que me atingir a cabeça certificaria a minha eterna permanência naquele lugar.

Em quanto estendia os braços e espalmava as mãos no fantasmagórico tronco para manter-me firme na árvore, avistei a alguma distância um lago tão escuro quanto à noite vista por uma janela na madrugada. Mais próximo à árvore havia um punhado de pitorescos animais, tentei medir seu gigantesco tamanho mas perdi o raciocínio, se eram mais altos que a grama, que por sua vez deveria possuir uns... Três metros e mais compridos que a árvore de seis só pude empregar o adjetivo de “tamanho colossal” a sua descrição. Lembravam-me de rinocerontes, com sua pele pregueada e sua forte musculatura nos ombros das patas dianteiras, mas estreitando os meus olhos vi sua enorme diferença, pois em toda a sua cabeça, peito e dorso ate a metade do corpo era composto por uma camada muito grossa e mais elevada que o restante, parecia uma armadura de combate destacada do todo marrom-âmbar, pela sua cor negra. Fora a sua armadura e elmo seu corpo era liso como o de um cavalo, eu pensei. Já a sua longa cabeça afunilasse até chegar à boca, como um tamanduá, eu acho e no meio do seu comprimento impõe-se um grande chifre que provavelmente era do meu tamanho, mas as minhas noções de escala já estavam perturbadas naquele lugar. Vejo que estão comendo algo ou ao menos suponho já que passam a maior parte do tempo com a cabeça abaixada na grama e somente vez que outra a erguem sobressaltados como se estivessem ouvido alguma coisa. A imagem daqueles monstros de cor marrom-âmbar e peito negro andando entre a relva branca como a neve certamente era algo de que não me esqueceria, se houvesse tempo de existência para relembrar, alertei-me.

De longe me parecem pacíficos, mas olhando para baixo recordo da altura da grama e penso em como eles são gigantes, praticamente dinossauros para mim. Poderiam esmagar-me sem notar minha insignificante presença.



A fria chuva começou. Ela agredia minha pele, pois era empurrada com força pelo vento, e deixava-me tão pálida quanto uma vela e o frio fazia-me bater o queixo, mas as gotas não eram um oceano despejado por cima de mim como tinha imaginado, o que não diminuía em nada a ferocidade da tempestade. O céu escurece e o dia torna-se anoitecer. Já não consigo manter-me tão firme na árvore, tronco e galhos ficam escorregadios e sorrateiros, sinto que posso cair a qualquer momento. Por mais que o medo e o instinto de sobrevivência gritassem na minha cabeça e estremecessem o meu corpo, logo me vi embriagada por uma euforia nunca comtemplada em mim antes. Estava no topo do mundo com os meus cabelos loiros e curtos dançando em meu rosto, assistindo o espetáculo mais sinistro e gigantesco da Terra, se é que estava na Terra. Os pitorescos animais quadrupedes que havia deslumbrado não pareciam se importar com o açoite da chuva naquela planície e não moviam um musculo além daqueles que já moviam. A adrenalina me dominou e o habitat selvagem também, os relâmpagos quase me cegavam, gargalhadas e nervosismo se manifestavam, acho que ria da desgraça e insignificância que representava em meio ao desconhecido e assim que um trovão explodiu nas nuvens, esvaziei os pulmões em um grito de susto e desesperadamente ri de mim mesmo. Já o estrondo seguinte fez com que meu pescoço virasse em sua direção tão rápido que estralou os ossos, o som de montanhas chocando-se vinha do impacto do ataque de um gigantesco ser alado contra os quadrupedes de armadura.


To be continue...

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